Bill Hudson: virtuoso brasileiro entra para o Kobra And The Lotus

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O virtuoso guitarrista brasileiro radicado nos EUA BILL HUDSON [JON OLIVA’S PAIN, CIRCLE II CIRCLE, VITAL REMAINS, WESTFIELD MASSACRE, ABOUT 2 CRASH] encontra-se atualmente no Canadá ensaiando para uma turnê de verão pela América do Norte com a banda KOBRA AND THE LOTUS – também conhecida como KATL- liderada pela bem-apessoada vocalista KOBRA PAIGE, que esteve no Brasil ano passado à ocasião do METAL ALL STARS, quando Hudson e Kobra se conheceram.

Sobre a gênese da colaboração, Bill comenta:

“Eu conhecia o trabalho dela [Kobra] de nome, já que a banda tem aparecido muito nos últimos anos, tendo feito turnê com as maiores bandas da atualidade. Mas eu só a conheci no Metal All Stars, mesmo. Começamos a conversar porque o ultimo guitarrista que tiveram [Jake Dreyer] foi meu aluno, então a conversa começou aí. Depois disso, David Ellefson [MEGADETH] e eu estávamos passando ‘Symphony of Destruction’ no camarim, e ele me disse que a Kobra cantaria essa música, então demos uma ensaiada, mas só isso mesmo.

“Recebi uma mensagem dela pelo Facebook dizendo que o Jake não poderia fazer a turnê de verão, e perguntando se eu teria interesse. Disse que havia gostado muito da minha performance no Metal All Stars, principalmente considerando-se a confusão que foi o evento! [risos] Mas no fim das contas, depois de toda aquela zona, ainda tenho que agradecer e MUITO ao [baterista] RICARDO OLIVEIRA do Korzus, que fez a abertura do show substituindo ao Vinny Appice.”

Nunca um homem de deixar de falar as coisas exatamente como as vê, Bill pôs em perspectiva a ainda baixa incidência de músicos brasileiros com real proeminência na cena do hard rock e do metal mundial:

“Na verdade, acho que a maioria não acha que isso seja viável. O brasileiro vê o tamanho das bandas e artistas internacionais muito ampliado…já falei isso antes: Faço turnês no resto do mundo com média de público entre 100 – 300 pessoas e quando chegamos no Brasil, SEMPRE casa lotada. Acredito que muitas pessoas acham que o “meio metal lá fora” é algo de outro mundo… o que não é verdade. O Brasil tem alguns dos melhores músicos do estilo, acho que deviam vir para fora e botar a cara mais…

“Mas também, se você pensar bem, a gente cresce no Brasil sempre ouvindo sobre o quanto “o gringo é melhor”, etc. não me espanta que as pessoas não acham que são boas o suficiente para entrar numa banda. Acho que isso está mudando…o Circle II Circle acaba de contratar o baterista Marcelo Moreira [Almah], o Aquiles entrou no Primal Fear, o Kiko entrou no Megadeth…acho [ou espero] que isso inspire as pessoas. Conheço um baterista muito bom Brasileiro do sul chamado Dio Britto [DISTRAUGHT] que recentemente mudou pra LA tentando achar uma banda. Um ótimo começo!

“Pessoalmente, eu não posso servir de inspiração nesse sentido, pois sempre tive tanto nojo da cena metal no Brasil que nem tentei nada ai…fui fazer a carreira toda aqui fora. Segui um caminho meio inverso… mas acho que cada um cada um.

“Mas…o melhor mesmo seria se o público brasileiro desse valor ao seu talento… já disse isso antes pra Whiplash!, mas vale repetir: compare o Brasil com a Suécia. Na Suécia, as bandas são MAIS populares do que no resto do mundo…e tem umas 15 ou 20 delas…num pais que não cobre nem a área do estado de São Paulo… “

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O KATL teve início em 2009 no Canadá e a partir de 2012 teve o apadrinhamento do fundador do KISS, GENE SIMMONS, que ouviu o material da banda e os ajudou a obterem um contrato com o selo UNIVERSAL MUSIC, pelo qual gravaram mais quatro faixas depois acrescidas ao remaster de seu autointitulado segundo álbum, relançado pelo UMG.

Desde 2014, o Kobra And The Lotus vem excursionando para promover seu mais recente disco, “High Priestess’, que foi recebido com euforia pelo público e pela crítica especializada, que o celebrou como um dos 50 melhores discos de metal do ano passado.

 

 

 

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