Mötley Crüe: The Who é exemplo de como não quero acabar, diz Sixx

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Os fãs de rock já aprenderam a ser bastante céticos a respeito de turnês de despedida, em especial após o grande cambalacho aplicado pelo KISS para cima de uma legião de trouxas; no geral, quando anunciada, trata-se tão somente da primeira empreitada de uma série delas – que têm sequência logo a conta no banco esvazie.

Foi para evitar tal gosto amargo na boca dos fãs que o MÖTLEY CRÜE decidiu ano passado que teceria e assinaria um contrato com um termo de ‘cessação de turnês’, o qual os impede de se apresentarem em turnê sob o nome MÖTLEY CRÜE a partir do dia 1 de janeiro do ano que vem. Os quatro membros da banda – que são proprietários dos masters fonográficos e direitos de licenciamento e publicação de todo seu catálogo, uma raridade que chega a ser aberração na indústria musical – dizem que preferem sumir de cena sob seus próprios termos do que passarem pela decadência que afeta a maioria das outras bandas de seu tempo, se apresentando em exposições agropecuárias e bares.

O empresário de longa data da banda, ALLEN KOVAC, vê ao LED ZEPPELIN, que se separou em 1980 mediante a morte do baterista John Bonham como o precedente ideal. “Ninguém deixou de ganhar mais dinheiro do que o Zeppelin, e ainda assim, eles têm um dos catálogos e linhas de merchandise mais vendidas do mundo, isso porque não saíram por aí barateando a própria marca, como muitas bandas fizeram”, diz Kovac. “O Mötley Crüe viu essa peça do quebra-cabeças. ”

O baixista NIKKI SIXX aponta para a atual turnê do THE WHO uma ilustração de onde o Mötley não quer acabar. “O que quero dizer é, o The Who é legal e tudo mais, mas, mano, sério? ” diz ele. “Eles estão tocando para lugares com menos da metade da lotação esgotada apenas com dois dos membros originais. Eu entendo. Direito deles. Mas não é o que queremos. ” Tal declaração pode não cair muito bem com muitos tiozões, mas é claro que Sixx não vai perder o sono com isso.

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O baixista – que quase morreu após uma overdose de heroína em 1987 e finalmente abandou as drogas e o álcool em 2001 – não é um tipo nostálgico. Há planos para uma adaptação cinematográfica do livro ‘The Dirt’ [autobiografia da banda] que será dirigida pelo co-criador da série ‘Jackass’ Jeff Tremaine [‘Sempre dissemos que que vemos o filme como uma mistura de ‘Os Bons Companheiros’ e ‘Boogie Nights’’, diz Sixx], mas no geral, ele não passa muito de seu tempo olhando para trás.

Perguntado se ele por vezes pensa no passado, ele ri: “Não, eu já tive minha conta de injeções de penicilina – tô de boa. Eu digo às pessoas que eu sou como o cachorro velho que fica na varanda da casa. Eu sou casado. Eu tenho quatro filhos. Eu não sou nenhum perigo para a vizinhança. ”

 

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